A hanseníase é uma doença cutânea, mas que pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. A Mycobacterium leprae foi descrita por Hansen (nome do cientista que deu origem à palavra hanseníase), em 1873, e tem importância histórica porque foi a primeira bactéria a ser reconhecida como causadora de uma doença.
Porém, mesmo tantos anos depois da descoberta científica da doença, os portadores da hanseníase ainda são silenciados e excluídos por uma parte da sociedade que não tem conhecimento sobre as verdades da doença.
O Brasil tem cerca de 30 mil casos de hanseníase por ano, e é o segundo país em números de casos. A doença tem cura, e se descoberta cedo não causa muitos danos, por isso a importância de conhecer sobre a doença e consultar regularmente um médico dermatologista.
Hoje, trouxemos alguns mitos e verdades sobre a hanseníase para você entender mais sobre a doença.
Sim, a hanseníase é uma doença contagiosa. Mas, o contato entre os portadores do bacilo e o candidato a contrair a doença tem de ser realmente muito íntimo, porque a bactéria que causa a doença é de baixa infectividade.
Por conta disso, a hanseníase não é uma doença que se propaga com facilidade, se não , os profissionais de saúde ( ex: médicos e enfermeiros que trabalham com isso) todos teriam hanseníase.
Mito, a transmissão da doença se dá pelas vias respiratórias de pacientes infectantes (secreção nasal, tosse, espirros, gotículas de saliva). O contato direto com a pele do doente não é considerado uma via de transmissão do bacilo.
A hidratação é essencial para a pele, pois repõe a água, que é muito importante para um bom funcionamento do corpo, e da pele também.
Mito, a doença tem cura. Além disso, os pacientes tratados adequadamente, com a medicação que é fornecida pela rede pública, obtêm cura da doença em alguns meses, dependendo da forma clínica da hanseníase.
Existem quatro formas clínicas de hanseníase: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana. Entretanto, para efeito terapêutico, a Organização Mundial de Saúde considera o fato de haver ou não bacilos nas lesões e divide a doença em dois tipos, o paucibacilar e o multibacilar, com esquemas de tratamento diferentes, embora sempre baseados numa dose mensal de 600mg de rifampicina, dose vigiada na unidade básica de saúde.
A quantidade de tempo de tratamento vai depender da quantidade de bacilos existentes no corpo do portador da doença. Geralmente o tratamento é feito de 6 a 12 meses.
Mito. Os sintomas mais frequentes da hanseníase são: lesão(ões) (manchas) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dor; comprometimento do(s) nervo(s) periférico(s), geralmente espessamento (engrossamento), associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; Áreas com diminuição dos pelos e do suor; Áreas do corpo com sensação de formigamento e/ou fisgadas; Diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés; Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Verdade. Os medicamentos são seguros e eficazes. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde. As demais são autoadministradas. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
O conhecimento é o primeiro passo para a mudança de ações. A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, não é simples se contrair hanseníase e não é necessário isolar nem o doente e nem os objetos de uso pessoal. Só o desconhecimento e o preconceito com a doença levam a este tipo de atitude. A hanseníase tem cura, visite o seu dermatologista periodicamente para um tratamento adequado.