O estresse como já sabemos, não é apenas um problema emocional. Na verdade, nem sempre ele é um problema, já que é um mecanismo fisiológico, uma defesa natural do organismo que nos ajuda a sobreviver. Ele provoca a liberação de mediadores químicos, como a adrenalina, que nos faz reagir com mais eficiência em situações de perigo, por exemplo. Contudo, quando o estímulo estressante se torna crônico, ele pode causar muitos danos à saúde. Além de aumentar o risco de episódios cardiovasculares, o estresse também pode prejudicar a pele. O excesso de cortisol (um dos hormônios ligados ao estresse) é capaz de afetar o sistema imunológico e provocar ou agravar uma série de enfermidades. Conheça as doenças de pele mais comuns que podem piorar por causa do estresse:
Psoríase: doença autoimune e forma placas avermelhadas na pele, podendo atingir as articulações. A psoríase acomete principalmente regiões de dobra, como joelhos e cotovelos, além do couro cabeludo. Porém, pode aparecer no corpo todo, inclusive nas unhas. A doença não é contagiosa apresenta coceira, descamação e deixa a pele ressecada.
Vitiligo: Acomete de 1 a 2 % da população mundial, e segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é classificada com doença cutânea adquirida e de causa desconhecida. É caracterizada por manchas esbranquiçadas (hipocromia;acromia) de diferentes formas e tamanhos, com tendência a aumentar de dimensão.
Acne: As espinhas e cravos são os efeitos mais comuns do estresse na pele, pois ele aumenta a produção das glândulas sebáceas o que deixa a pele mais oleosa e favorece o surgimento de acne. A dica é: lave o rosto duas ou três vezes por dia com sabonete neutro, use apenas produtos indicados por seu médico para a sua pele e evite abusar de doces, frituras e gorduras, que aumentam a oleosidade da pele.
Alergias: As células do tecido conjuntivo responsáveis pelas reações alérgicas são influenciadas pelo estresse o que aumenta o risco do surgimento de inflamações e coceiras. Evite coçar as manchas e lave a região da pele afetada apenas com água fria.
Herpes simples: A doença é causada por estímulo de um vírus que estava inativo no organismo, porém com o estresse, ele entra em “atividade”. Quase 90% da população possui o vírus que causa bolhas e feridas principalmente na região dos lábios e na região genital. Normalmente é preciso um gatilho para que ele seja desencadeado e se manifeste no organismo.
Rosácea: São manchas vermelhas que surgem no rosto. O problema também pode apresentar nódulos, pus, inchaços e vasinhos. A exposição solar sem filtro, e em horas não indicadas, assim como o uso excessivo de álcool, piora o estado da pele.
Dermatite: É uma reação inflamatória da pele que segue um padrão. Infelizmente, não existe apenas uma causa para o seu surgimento. A condição pode ser originada por diversas questões de saúde, fatores genéticos, alergias e sistema imunológico baixo. A dermatite do tipo atópica e a dermatite do tipo seborréica, por exemplo, podem ser agravadas por situações de estresse. Por isso, quando uma pessoa que sofre com dermatite emocional diz que está com os nervos à flor da pele, acredite, não é exagero!
Mas por que isso acontece? Alguns estudos sugerem que essa relação ocorre pela origem embrionária comum entre a pele e o sistema nervoso. Há também interação entre a pele e o sistema imunológico (de defesa), visto que a pele possui células que recebem informação do meio externo e enviam sinais neuroendócrinos às células do sistema imunológico. Uma situação de estresse, então, poderia alterar essa troca de “mensagens”.
Como diagnosticar? Como vimos, diversas doenças de pele podem estar relacionadas com o estresse psicológico e cada uma tem suas causas e tratamentos, o diagnóstico deve sempre ser feito por um médico dermatologista. Para complementar a avaliação clínica, alguns outros exames ainda podem ser solicitados. O tratamento das dermatoses é feito através de medicamentos específicos, receitados pelo médico; de aplicação tópica (diretamente na pele) e/ou por via oral; orientações ao paciente e, se necessário, encaminhamento ao psicólogo e/ou psiquiatra, dependendo do caso para um acompanhamento conjunto com o dermatologista.
Qual o melhor tratamento? Além das recomendações específicas para os tratamentos de cada doença e de exames periódicos com um dermatologista, é preciso que esses pacientes (e a população geral) evitem, dentro do possível, a exposição a situações estressantes, diminuam a carga horária de trabalho, separem tempo para o lazer e mantenham hábitos que tragam relaxamento e satisfação. A pele, envelope do corpo, é vulnerável aos impulsos disparados por pensamentos e medos. Doenças de pele, às vezes, demoram a serem curadas porque não se elimina o estresse psicossocial que as acompanham.
As doenças de pele geralmente são acompanhadas por sofrimento psíquico. Por isso podem provocar depressão e ansiedade. Pessoas que vivem com lesões de pele potencialmente visíveis apresentam ansiedade social. Esta condição gera ainda mais estresse e piora o quadro cutâneo. É muito relevante intervir nestes casos e quebrar o circulo vicioso, proporcionando qualidade de vida aos pacientes.
A melhora na qualidade de vida é um importante coadjuvante no tratamento de doenças de pele. Em caso de duvida deve-se procurar ajuda médica especializada e evitar tratamentos caseiros, indicados por vizinhos ou amigos, ou até mesmo visto em redes sociais, sem qualquer embasamento cientifico.